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terça-feira, 23 de junho de 2009

"A internet é relevante para minha profissão"


A repórter de economia do Diario da Manhã, Edilaine Pazini, me concedeu uma entrevista sobre os meios de comunicação atuais e a sua relação com as novas mídias. A jornalista, que possui graduação pela Universidade Católica de Goiás, opina sobre a questão da obrigatoriedade do diploma para a profissão e analisa alguns efeitos decorrentes dessa nova lei. Acompanhe na íntegra!


Cottidianno: Você acredita que a internet está substituindo o espaço dos outros meios de comunicação (como o rádio, a tv e o impresso)?
Edialaine Pazini: Não. Eu vejo a internet como um complemento. Assim como o rádio e a tv não substituíram o impresso, a internet não irá tomar o lugar dos veículos anteriores. Além disso, há aqueles que não se adaptam com os avanços tecnológicos, optando sempre pelo bom impresso.

Cottidianno: Você acha importante a existência dos blogs para a profissão de jornalista? Como isso pode ajudá-la durante a cobertura de matérias, por exemplo?
E.P: Gosto da interação que essa ferramenta proporciona. No caso dos jornalistas, é interessante quando o profissional utiliza o espaço para postar os bastidores da notícia e até emitir sua opinião sobre algum assunto abordado na mídia atual. Isso é importante para o leitor, principalmente, quando o assunto não está sendo publicado na íntegra pela mídia, talvez por falta de espaço ou tempo. Para meu trabalho, por exemplo - que sou repórter de economia - os blogs de empresas e outras fontes são essenciais para pesquisas. No entanto, quero citar uma atitude da qual discordei recentemente. Achei curioso a Petrobras começar a divulgar em seu blog as perguntas dos jornalistas com as respostas, antes mesmo do veículo publicar a matéria. A Petrobras alegou ser uma estratégia de transparência. Porém, acredito que isso só acaba com o diferencial do jornal impresso, que é a exclusividade da notícia. Acho que as empresas - principalmente as estatais - devem sim divulgar as reportagens na íntegra, mas após a publicação.

Cottidianno: Você tem blog? Por que?
E.P: Não. Na verdade, já criei um, mas como demorava mais de semanas para postar, por falta de tempo, resolví cancelar. Atualmente estou no Twitter. Assesorias, órgãos públicos e políticos já aderiram e nos ajuda muito com pautas instantâneas. Utilizo como forma de interação com amigos e familiares também, assim como o Orkut. Mas, com o blog, só vou voltar quando tiver mais tempo livre.


Cottidianno: Como a internet contribui para o exercício da sua profissão?

E.P: A internet é relevante para minha profissão. Talvez o fator mais importante seja como instrumento de pesquisa. Ficamos todo o período conectados nos sites das agências de comunicação do mundo todo. Além disso, vários entrevistados preferem responder perguntas por e-mails e, na maioria das vezes, complementam entrevistas com dados e tabelas via web.

Cottidianno: O que você achou da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista?

E.P: Acredito que os mais prejudicados serão os profissionais que passaram pelos bancos das faculdades e os que ainda estão passando. O que mais me preocupa são as consequências futuras, como fechamento de cursos no ensino particular e até mesmo queda na remuneração, que já é baixa. Outro ponto negativo, são os tablóides que já rondam pelos interiores sem nenhuma qualidade jornalística. No entanto, acredito que o diploma sempre será um diferencial para o profissional que soube extrair conhecimento, mesmo não sendo obrigatório. O que ainda indigna-me, e que a maioria dos jornalistas que detém um diploma não conseguiram engolir, foi a comparação feita pelo ministro Gilmar Mendes com a culinária, que é um curso técnico oferecido até no Senac. Os argumentos do ministro não me convenceram. Mas, o momento é de mostrar que temos um diferencial em conhecimento, além de um diploma nas mãos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A ordem dos fatores não altera o produto


Acompanhe um artigo sobre maioridade penal. Você é contra ou a favor?



Desde que me entendo por gente sempre ouço falar que a educação é a base de tudo. Que o governo deveria investir mais nesse bem sem igual. Que as escolas deveriam ser melhores, e que, enquanto o Brasil não melhorar sua educação, continuará ocupando a posição de subdesenvolvido. Tudo bem. Até aí, todo mundo concorda. Mas, por que será que nada é feito para mudar esse papel? Todos os investimentos são poucos? O que está faltando para que as crianças cresçam com mais responsabilidade, idoneidade e maturidade? Alguns põem a culpa na televisão, outros, nos políticos. Enfim, o que me preocupa é a quantidade de jovens que são tidos como crianças, por serem menores de idade, e que praticam atos ilícitos – como o uso de álcool ou drogas – ou pior, aqueles que cometem crimes cruéis, como morte, seqüestros, estupros e tortura.
De que adianta reduzir a maioridade penal, de 18 para 16 anos, se o delinqüente que praticou crime hediondo não vai ficar o equivalente a sua pena máxima, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que é de 3 anos? As maiorias dos detentos da FEBEM saem de lá muito antes do previsto. Se o sistema penitenciário brasileiro fosse muito bom, até poderia existir conformidade com essa redução. Mas, como todos sabemos, nenhum bandido entra na cadeia e muda sua personalidade. O ideal seria que acontecesse isso, já que o objetivo do internamento visa um processo de ressocialização do indivíduo. Deveria haver uma ampliação do período de internação de menores, em casos específicos. Ora, para que a proteção demasiada com um adolescente que não hesitou ao cometer um crime? Ele deveria ter pensado na punição antes de praticar qualquer ato ilegal. Porém, temos de convir que muitos desses menores não pensam em punição porque conhecem bem os rumos da justiça brasileira. Sabem como ela funciona.
Outro ponto é a quantidade de detentos que vai haver para o número de presídios. A superlotação só diminuirá o sentido principal do internamento. Os infratores não vão sair de lá recuperados, pronto para se reincorporar na sociedade e não entrar em desacordo com a lei novamente. Pelo contrário, eles viverão numa “escola do crime”, que só vai incentivar a criminalidade quando os menores assumirem os crimes comandados pelos adultos maiores de idade.
E a sociedade assiste a tudo isso como se pretendesse sair ilesa e estivesse de mãos atadas. Ou seja, tem o poder de mudar, mas não faz nada para que isso se concretize, definitivamente. Se começasse pela base poderia ter bons resultados. Mas talvez o maior defeito seja a ganância de resolver determinado problema começando pela metade e não pelo início. O caso do tráfico, por exemplo, que leva milhares de crianças a desenvolverem um desvio de conduta pela má convivência que presenciam, é outra questão que deveria ser combatida, quando muito, enfraquecida. Entretanto, essa questão remete a outros questionamentos, como a desigualdade social e a falta de acesso à educação. Não basta haver redução da maioridade penal, somente. É necessário mudar toda a estrutura da sociedade para se começar a notar diferenças significativas no comportamento das pessoas, principalmente. De nada adianta tentar solucionar um problema causando outro.

domingo, 21 de junho de 2009

"O stress da vida moderna é um fator que pode aumentar os casos de infertilidade"



De acordo com especialista, temos hoje no Brasil 15 milhões de mulheres com problemas de infertilidade


O Dr. Fausto Gomes, especializado em ginecologia e obstetrícia e pós-graduado em medicina do trabalho e em Ultra-Sonografia e Colposcopia, falou à para Cottidianno sobre infertilidade. Um assunto importante e de grande interesse a homens e mulheres, pois compromete a capacidade de gerar um filho. “A infertilidade sempre existiu, é uma doença muito comum que acomete cerca de 20% dos casais, porém não é hereditária”, afirma o especialista.

Segundo o médico, a incidência da doença é proporcional à idade da mulher. O aspecto psicológico também pode influenciar. “Pode ocorrer de a mulher criar anticorpos contra os espermatozóides, devido à ansiedade”, analisa o ginecologista. Outro fator que vem contribuindo para as causas da doença é o stress, pois pode provocar alterações no processo de ovulação. “Hoje no Brasil, temos em torno de 15 milhões de mulheres com infertilidade”, acrescenta o médico.

É comum as pessoas confundirem infertilidade com esterelidade e acharem que o problema é somente coma mulher. O Dr. Fausto explica que ser infértil é a incapacidade de conceder a geração de uma criança após 1 ano de relação sexual ou aquelas mulheres que não conseguem levar a gravidez adiante, com uma série de abortos espontâneos. Já a esterelidade é a incapacidade absoluta da mulher engravidar. “Geralmente é uma condição irreversível”, conclui o ginecologista.

O Dr. Fausto avalia que as causas que levam à infertilidade são problemas relacionados ao ovário, a trompa, ao útero e ao fator ambulatório. No caso do homem, normalmente há alteração testicular. “Era muito comum, a caxumba ser causadora da esterelidade masculina porque desce para os testículos e é uma infecção viral”, acrescenta o especialista.

O tratamento é feito com base na análise da história do paciente ou casal. “Primeiro é observado se já teve doenças, depois é feito um espermograma. O homem é tratado pelo urologista”, afirma o médico. O sucesso durante o tratamento depende também da atuação do profissional. No caso dos bebês de proveta e fecundação in vitro, é necessário grande investimento para poucas chances de acerto. De cada 10 mulheres, apenas 3 conseguem engravidar.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O tráfico ainda assusta

Goiânia tem um dos mais altos índices de homícidios de todo o país. Especialistas apontam influência do tráfico de drogas para o aumento das mortes


Lembro-me bem de ouvir falar que Goiânia era uma cidade menos tumultuada, com uma população mais educada e preocupada, que tinha interesse pelo bem-comum. Hoje ela está muito distante de sustentar essas características e mostra-se uma cidade bem diferente daquela que um dia foi. Os problemas sociais, a falta de estrutura de uma cidade construída para suportar metade da sua população atual, os crimes gerados pela violência, o trânsito caótico e, os tão comentados homicídios, que agora colocam Goiânia à frente de grandes metrópoles como São Paulo e Belo Horizonte, vem modificando, desordenadamente, esse quadro.


No final do ano passado, foram registrados, 398 homicídios na capital. E o mais curioso é que em 80% dos casos o motivo foi o tráfico de drogas. O assunto vem gerando bastante discussão pela mídia, que tem investido maciçamente na publicação de todos os crimes. Algumas autoridades, quando questionadas sobre o fato, apontam soluções ou sugerem caminhos a serem seguidos com o intuito de amenizar o número alarmante de mortes. O nível de homicídios considerado aceitável é de 10 para cada 100 mil habitantes. Goiânia está com 31,41 por 100 mil habitantes.


Que o assunto é complexo e exige uma solução cabível, ninguém tem dúvidas. Não basta só apontar idéias e não agir. O perfil populacional mudou bastante devido aos inúmeros problemas sociais e à grande desigualdade de renda que abrange toda capital e seus entornos. O crescimento de Goiânia não foi acompanhado pelo avanço das políticas públicas. Talvez aí mora o segredo que está sendo desvendado diariamente devido o grande número de assassinatos cometidos na cidade.


Não basta acusar a letalidade da polícia ou o fácil acesso a drogas e armas de fogo. Os caminhos mais simples, raramente são adotados. O desarmamento, por exemplo, poderia minimizar uma série de questões e, ainda assim, não é tratado da melhor forma. O tratamento dos presos dentro da cadeia não é o ideal. Muitos traficantes negociam assassinatos de dentro da cadeia. A vigilância é precária. E como se não bastassem, o número de pessoas envolvidas com drogas, principalmente jovens, não pára de aumentar. Mesmo tendo noção dos perigos que poderão enfrentar, muitos preferem arriscar. É preciso investimento em educação, tanto a que aprendemos na escola, quanto a que vem de casa.


E esse tipo de investimento requer muito mais que força de vontade e bons planejamentos e precisa ser realizado rapidamente. Não podemos mais esperar por uma solução. Precisa-se de processos efetivos nem que isso custe milhões, pois viver com dignidade é só mais um dos direitos de nós cidadãos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Photoshop: propaganda enganosa?

Freqüentemente os padrões de beleza são alvos de discussão entre os brasileiros. A mulher alta e magra, com tudo no lugar e o homem forte e sarado, são os modelos estéticos mais atraentes nos dias de hoje. Começando com a boneca Barbie, exibindo um corpo magro, com os cabelos loiros, lisos e compridos e suas minissaias que deixam suas pernas mais alongadas. É claro, não poderia faltar o salto alto e a blusinha que mostra o umbigo, ou então, um vestidinho curto, daqueles de deixar qualquer criança com uma vontade louca de virar adulta do dia pra noite pra poder ser como ela. Seria um erro pensar assim? Ora, elas mal saem das fraldas e já são impostas a um padrão de beleza pré-determinado pela sociedade, que cada dia o enaltece mais e mais, tornando-o padrão.

A busca constante pela beleza, pelo corpão violão, pela pele de pêssego, pelo peitão de silicone, pelo abdômen definido, pela pele bronzeada, tem dado canseira aos profissionais de beleza e mais visibilidade às clínicas de estética. Mas, a tecnologia também é indispensável em todos esses processos. Não é por acaso que o programa photoshop tem sido bastante procurado nos cursos de informática e muito utilizado nos álbuns de fotografias dos navegantes do orkut. “De uns anos pra cá a procura por esse serviço aumentou bastante. Muitas pessoas querem aprender a mexer no programa pra melhorar sua imagem”, afirma Paulo Soares, professor de cursos de informática.

O técnico em photoshop, Jorivê Tavares, garante que o site de relacionamentos Orkut, é grande responsável pela popularidade do photoshop, pois muitos de seus membros fazem uso abusivo do programa. “Há aqueles que optam pelo seu melhor ângulo, outros que preferem as fotos com efeitos. Mas, a utilização de programas que corrigem falhas e adaptam a fotografia da maneira que a pessoa deseja, tem se tornado constante entre os navegadores do site”, comenta.

O tempo de aprendizagem do programa varia de um a dois meses. Mas, é necessário ter uma noção de informática. O curso custa em média R$ 300,00 e a demanda também aumenta, justamente por conta do mercado de trabalho nos ramos de publicidade e design, que necessitam do programa para realizar suas atividades.

Afinal, o programa é mesmo capaz de fazer mágicas? Jorivê diz que é possível até fazer montagens com algo impossível de ser realizado fisicamente, como voar. “Pode também ser realizado o tratamento de imagens, com correções de manchas, espinhas ou, até mesmo, aumento de queixo, seios, bumbum... Enfim, faz uma pessoa feia ficar bonita”, garante.

Mas, a utilização de toda a tecnologia do photoshop não é capaz de tornar uma pessoa bonita, de fato, como é possível ser feito com as fotografias. “Esse Orkut joga areia nos zóio”, ou, “No orkut todo mundo é bonito”, são algumas das comunidades que a estudante Amanda Nogueira, de 16 anos, possui em seu perfil, pois ela já teve várias decepções com quem só conhecia pelo álbum de fotografias, que, segundo ela, eram bastante atraentes, mas, quando aconteceu um encontro cara a cara o resultado não foi tão fascinante como ela imaginava. “Nas fotos ele era lindo, mas pessoalmente, um desastre. Achei até que não era a mesma pessoa que eu conheci pela internet (risos), fiquei constrangida por ele”, conta.

O estudante Renan Carlos de Ávila também afirma que não dá pra acreditar se uma pessoa é mesmo aquilo que mostra em seu álbum. “Até as pessoas mais bizarras deste mundo ficam bonitas nas fotos do orkut, a única foto bonita dentre as 400 que as pessoas horríveis têm, elas colocam”, comenta. Mas, há aqueles que vêem o lado bom do photoshop. É o caso de Wanessa Martins. Ela admite usar o programa quando acha necessário. “Sempre que preciso, corrijo alguns ‘erros de fábrica’, já que ninguém nasce perfeito”, explica. E ainda diz que não teme em publicar uma propaganda enganosa. “A primeira impressão é a que fica, então prefiro que me vejam bem bonita em uma foto, e não pega de surpresa pessoalmente”, acrescenta.

Poluição: malefícios gerados ao meio ambiente

Classificada em várias ramificações, a poluição atua de diferentes fornas na natureza

De acordo com a enciclopédia livre, Wikipédia, entende-se por poluição, a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no meio ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando danos na saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema.

A poluição pode ser subdividida em cinco variações: poluição atmosférica, hídrica, do solo, sonora e visual. Todas elas representam danos ao meio ambiente e à saúde física e mental dos seres vivos, porém, cada uma atua de uma forma específica, obedecendo as suas particularidades.

A poluição atmosférica é caracterizada pela alteração do ar, que é a camada gasosa que envolve a terra e é constituído por 20% de oxigênio, 79% de nitrogênio e 1% de quantidades variáveis de vapor de água, dióxido de carbono, argônio e outros gases nobres.
Segundo Adriana Chilon da Silva, Tecnóloga em Gestão Ambiental pela Universidade Anhanguera (Uni-Anhanguera) e especialista em tratamento e exposição de resíduos e efluentes pela Universidade Federal de Goiás (UFG), qualquer desequilíbrio nos elementos constituintes do ar, causa a poluição. “Se a alteração dos constituintes ultrapassar os limites estabelecidos pelas normais ambientais, podem colocar em risco a saúde, a segurança e o bem-estar comum”, garante.

A Tecnóloga Adriana Chilon, afirma que com a intensificação do processo industrial, ocorreu significativa alteração no meio ambiente. “Agora, no século XXI, temos o agravamento da poluição, que começou, principalmente, com a produção em larga escala dos bens de consumo”, cita.

A poluição hídrica, como o próprio nome já diz, é a poluição da água, e envolve a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que, direta ou indiretamente, lança matéria ou energia nas águas em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos, tornando-a imprópria para o consumo ou à utilização para outros fins. De acordo com Adriana Chilon, que também é educadora ambiental na Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), esse conceito de poluição hídrica é determinado pela lei de crimes ambientais (9605 de 1988). “O responsável pela indústria ou empresa que comete crime contra esse tipo de poluição é responsabilizado administrativa, civil e penalmente por esse crime. E esse critério vale está inserido em todo tipo de poluição. Hídrica, atmosférica, do solo, sonora ou visual. Uma normalmente é sempre decorrente da outra ou interfere em outra”, conclui.
A poluição do solo é causada por rejeitos perigosos, agrotóxicos, pela queimada, por atividade de mineração e pelos cemitérios horizontais (o líquido que é liberado da decomposição dos corpos, pode penetrar em determinados tipos de solo, contaminar o lençol freático e proporcionar a proliferação de microorganismos. “Quando existe uma causa para poluição do solo, invariavelmente, ela vai se transformar na poluição do lençol freático, devido à alteração desse solo”, pontua Adriana Chilon.
A poluição sonora é a emissão de ruídos desagradáveis que, ultrapassados os níveis legais e de maneira continuada, pode causar, em determinado período de tempo, prejuízo à saúde humana e ao bem-estar da comunidade. A Tecnóloga em Gestão Ambiental, Adriana Chilon, afirma que o limite de volume permitido pelo código de posturas do município é de 55 decibéis. Entretanto, avalia que se um indivíduo é exposto ao volume de 45 decibéis, constantemente, já causará transtornos à sua saúde física e mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns dos efeitos negativos da poluição sonora são: insônia (dificuldade de dormir), estresse, dores de cabeça, cansaço e perda de audição.
A poluição visual é entendida como a degradação ambiental resultante das publicidades comerciais e sociais que, direta ou indiretamente, coloquem em risco a segurança, o bem-estar da comunidade ou afetem as condições estéticas do meio ambiente urbano ou rural. Esse tipo de poluição ganha várias proporções, até o lixo acumulado e depositado em local inadequado torna-se um tipo de poluição visual.
A educadora ambiental da AMMA, Adriana Chilon, incentiva toda a comunidade a fazer denúncias para o 161, que é o número do Telefone Verde da AMMA. “A população deve auxiliar o poder publico a fiscalizar as perturbações ou os vários tipos de degradação q possam ocorrer em determinado momento, em dado lugar no município de Goiânia”, avalia. Ela emenda que a partir do momento que é feita a denúncia, um corpo técnico é encaminhado para o local para fazer o levantamento da situação. Se for constatado que o local não está obedecendo aos parâmetros legais do código de posturas do município, os órgãos responsáveis devem tomar as atitudes necessárias para sanar o problema.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tratamento de resíduos para uma cidade sustentável

O lixo urbano é considerado um problema a ser enfrentado. Acompanhe a reportagem e veja o que fazer para ajudar a diminuir o volume de resíduos sólidos




No dicionário, a palavra lixo é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Na linguagem técnica, lixo é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades humanas.

Com o aumento populacional e, principalmente, com o estímulo dado ao consumismo, o problema do lixo urbano tende a se agravar. Atualmente, ele é uma questão séria a ser enfrentada, pois há um aumento contínuo e exagerado na quantidade de lixo produzido.

Um dos maiores problemas relacionados à produção de resíduos é a destinação final do lixo. De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPa), o Brasil produz cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia - número inferior ao dos EUA (607 mil t/dia), mas bem superior ao de países como a Alemanha (85 mil t/dia) e a Suécia (10,4 mil t/dia). Cada ser humano produz cerca de 1kg. de lixo diariamente.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB – 1989), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76% da disposição final de lixo dos municípios brasileiros é jogado em lixões (local afastado da cidade onde o lixo é descarregado a céu aberto, sem tratamento algum), 13% em aterros controlados (grandes terrenos, onde precauções tecnológicas são adotas durante o seu desenvolvimento, aumentando a segurança do local e minimizando seus impactos ao meio ambiente e à saúde pública), 10% em aterros sanitários (grandes terrenos onde o lixo é depositado, comprimido e depois espalhado por tratores em camadas separadas por terra) e 1% dos resíduos passa por tratamentos diversos, como a compostagem (usinas que transformam os resíduos orgânicos do lixo em adubo), a reciclagem (processo industrial que converte o lixo descartado - matéria-prima secundária- em produto semelhante ao inicial ou outro) e a incineração (corresponde à queima de resíduos, reduzindo o seu volume).

Cada tipo de lixo possui um destino específico. De acordo com o Analista Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (SEMARH), Osmar Mendes Ferreira, o lixo gerado pelas construções civis, por exemplo, devem ser encaminhados para o tipo de tratamento requerido, assim como o lixo gerado pelos serviços de saúde e pelos produtos agrícolas.

Osmar Mendes afirma que o lixo causa grandes impactos ambientais. “A contaminação do lençol freático e dos solos, dos cursos d’água e da atmosfera é uma realidade”, avalia.

Além dos impactos ambientais, existem outros de iguais proporções. Para Osmar Mendes, que também é graduado em Engenharia Sanitária pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMG), o impacto estético visual e as más condições de vida das pessoas que moram próximas aos locais onde o lixo é depositado, constitui incompetência total da administração pública. “No lixão não deveria existir ninguém vivendo”, analisa.


Reciclagem e Coleta Seletiva
Não há como parar de produzir lixo, entretanto é possível e urgente que o volume de lixo seja diminuído, e essa é uma questão de consciência coletiva da necessidade de preservação ambiental.

Como um dos processos empregados para a diminuição do volume de lixo está a reciclagem, que deve ser adotada como prática produtiva, uma vez que ela contribui para diminuir a poluição do solo, do ar e da água, além de gerar empregos para a população não qualificada. Conforme estudos realizados na Universidade de São Paulo (USP), o Brasil deixa de economizar 6 bilhões de dólares/ano por não reciclar os materiais presentes nas 200 mil toneladas de lixo gerados todos os dias.

Outro princípio pertinente à geração de resíduos é a coleta seletiva, que é caracterizada pela separação - na própria fonte geradora (casas, empresas, comércio) de materiais recicláveis, como vidros e papéis, para o encaminhamento para a reciclagem. Um dos principais objetivos da coleta seletiva é aumentar a vida útil do aterro sanitário e reduzir os custos com a limpeza urbana. Os maiores beneficiados por esse sistema são o meio ambiente e a saúde da população.

Uma alternativa de consumo sustentável considerada fundamental para a redução dos resíduos urbanos é a conscientização da população através da política dos 3 R’s: reutilizar, reaproveitar e reciclar tudo aquilo que é consumido.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Meio Ambiente: conscientização em prol do bem-comum

Conceito de sustentabilidade ganha força nos dias atuais, em que os recursos disponíveis são finitos

Nos dias de hoje, já não podemos abusar dos recursos naturais que ainda temos disponíveis. O meio ambiente está sendo explorado pelo homem, na maioria das vezes, indevidamente, e as conseqüências disso, já mostraram ser dolorosas para nossa saúde e bem-estar, assim como para as gerações futuras. Todas as pessoas necessitam da natureza para sobreviver. Entretanto, saber explorá-la de maneira adequada visando a sua preservação é dever de todos.

O conceito de sustentabilidade, usualmente, empregado e aceito atualmente, é definido pelo Relatório Brundtland como o processo que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Sendo assim, podemos entender a sustentabilidade, como a capacidade de usar os recursos naturais e, de alguma forma, devolvê-los ao planeta através de práticas ou técnicas desenvolvidas para este fim.

Ter atitudes sustentáveis é um dos passos necessários para a contribuição individual que cada um pode fazer para ajudar a salvar o planeta. Práticas conscientes como garantir a preservação e qualidade da água, do solo e do ar em níveis suficientes para manter a vida animal, vegetal e humana devem ser adotadas.

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Foi buscando atingir esse pensamento que o conceito de sustentabilidade surgiu. Através de um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre as mudanças climáticas, no início da década de 1970, como uma resposta à preocupação da humanidade, diante da crise ambiental e social que se abateu sobre o mundo desde a segunda metade do século passado.

Esse conceito, que procura conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico da sociedade com a promoção do desenvolvimento social e com o respeito ao meio-ambiente é um tema indispensável na pauta de discussão das mais diversas organizações, e nos mais diferentes níveis de organização da sociedade, como nas discussões sobre o desenvolvimento dos municípios e das regiões, correntes no dia-a-dia de nossa sociedade.

No Brasil, alguns setores contribuem para um maior esgotamento dos recursos que temos disponíveis. Como exemplo, as construções civis, a poluição (em todos os âmbitos) e as grandes toneladas de lixo produzido diariamente.

domingo, 14 de junho de 2009

Lei antifumo: mesmo destino da Lei Seca?

Projeto proíbe o fumo em ambientes de uso coletivo, sejam públicos ou privados

A lei que proíbe os fumantes de acender cigarro, cachimbo, cigarrilhas ou similares que produzam fumaça em ambientes de uso coletivo, total ou parcialmente fechados, como bares e restaurantes, está dando o que falar. Um dos questionamentos mais discutidos pelos proprietários de estabelecimentos de Goiânia é o fato de ser necessária a criação de um espaço interno para fumantes, preferencialmente feitos de vidros, assemelhando-se a um aquário ou, para os mais críticos, uma “jaula” para fumantes.
O ponto contraditório desse projeto é que os fumantes podem permanecer em ambientes ao ar livre, como nas varandas e terraços dos locais que têm esses recursos. A única restrição é que esses ambientes ao ar livre sejam separados, em geral, por vidro, do ambiente interno do local. Pergunto: Isso vai resolver alguma coisa?
Outro ponto concomitante dessa lei é que os proprietários que não adaptarem seus estabelecimentos e os freqüentadores que não respeitarem as exigências propostas por esse projeto, não serão multados. Pergunto novamente: Existe lei que funciona sem punição? É muito fácil e ingênuo da nossa parte acreditar que as pessoas são responsáveis o suficiente para entender que o que é proibido não pode ser feito.
Até entendo a proposta desse projeto, que foi criado pelo vereador Bruno Peixoto. Com certeza é muito plausível e digna de merecimento a idéia de não “misturar” fumantes com não fumantes. Realmente é um saco sair de casa cheirando perfume e voltar impregnada de tabaco. Dentre tantos malefícios causados pelo cigarro, os fumantes passivos estariam “imunes” a alguns deles, porém não deixariam de estar propensos a esses males em outras situações, fora do contexto “bares e restaurantes”.
Nada contra quem fuma, até mesmo por que tenho amigos que, infelizmente, são adeptos ao cigarro por opção ou vício. Entretanto, não gostaria de deixar de freqüentar locais públicos ou privados na companhia dos mesmos por ter que ser condicionada a me sentar em um local preferencialmente criado para eles. Se eu quiser sair e me sentar ao ar livre, estarei sujeita à fumaça produzida por aqueles que estão fumando. Isso acontecia anteriormente ao estabelecimento dessa nova lei.
É fato. Não tem saída. Restringir os tabagistas de freqüentarem determinados locais (visto que não será todo estabelecimento que se adequará à criação dos recursos impostos pela lei) ou de sentarem em lugares pré determinados, é balela. No final, tudo acabará em pizza, o que não é novidade aqui no Brasil, e os fumantes continuarão a permanecerem juntos com os não fumantes ou fumantes passivos.
Além de vários questionamentos, ainda se diz por aí que essa lei só foi criada por que em São Paulo, foi adotada uma similar. Coincidência? Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Similares (Abrasel), Newton Pereira, os donos dos estabelecimentos que deverão sofrer alterações físicas por conta da lei estão insatisfeitos por saberem que pode haver queda no faturamento e até demissão de funcionários.
De fato, institucionalizar uma lei que tenta resolver um problema e em seguida cria outro, é desnecessário. Se as reclamações expostas pelo presidente da Abrasel serão verídicas, só a aplicação efetiva da lei vai dizer. No entanto, elas têm um fundamento lógico.
No mais, minha maior preocupação é que a lei antifumo não tenha os mesmos resultados da lei seca, que despertou o maior alarde quando foi vigorada e agora, com a falta de rigor na aplicação das penalidades previstas e a deficiência na fiscalização, tomou o caminho contrário.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

A vida por um sangue


As Testemunhas de Jeová são contra a transfusão sanguínea. Descubra porquê


A posição religiosa das Testemunhas de Jeová em relação ao uso de sangue na medicina é uma das questões mais controversas e criticadas ao longo dos anos. Baseando-se na sua singular interpretação da bíblia, entendem que o uso de transfusões de sangue total ou dos seus componentes primários é proibido por uma alegada "lei divina".
Mas o que fazer se um paciente seguidor das Testemunhas de Jeová se recusa a receber sangue total ou seus componentes principais?
No Brasil, o Art.º 46 do Código de Ética Médica diz os médicos não podem efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo iminente perigo de vida. O Código Civil Brasileiro reconhece que o paciente tem total autonomia para recusar procedimentos médicos.
Aos médicos também lhes assiste o direito de serem objetores de consciência perante a opção do paciente. No entanto, existem atitudes médicas para a substituição do sangue (tratamentos alternativos às transfusões sanguíneas), o que inclui os substitutos do sangue, frequentemente chamados por sangue artificial, que são usados para encher o volume de fluido e transportar o oxigênio e outros gases ao sistema circulatório.
Embora geralmente usado, o termo substituto do sangue, não seria totalmente exato, visto que o sangue humano executa muitas funções importantes. Por exemplo, os glóbulos vermelhos transportam o oxigênio, os glóbulos brancos defendem infecções bacterianas, as plaquetas promovem coagulação, e as proteínas do plasma executam várias outras funções. Os termos preferidos e mais exatos são: expansores do volume e terapias de oxigênio. Outras técnicas modernas e inovadoras tem sido desenvolvidas para tratamentos alternativos e cirurgias sem sangue, e até mesmo transplante de medula óssea.
O seguidor dessa religião há mais de 20 anos, Renato dos Santos, acredita que as Testemunhas são discriminadas e mal vistas pela mídia devido à questão polêmica da tranfusão sanguínea. “As pessoas nos julgam sem conhecer porque a mídia às vezes faz ibope em cima de algo sério. Se uma criança, filha de testemunhas de jeová está com uma doença grave, tomando sangue ou não ela vai falecer. Só que a mídia fala que foi o pai e a mãe que deixou a criança morrer”, explica.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Testemunhas de Jeová: o que prevalece por dentro desse mundo



Os seguidores dessa religião admitem que todas as suas práticas e doutrinas advém dos ensinamentos bíblicos



Conhecidos por serem rígidos com questões polêmicas, as testemunhas de Jeová já representam 487.000 cristãos somente no Brasil. Pelo mundo, eles ultrapassam mais de sete milhões e cem mil praticantes. Estão espalhados em mais de 236 países e territórios autônomos.
De acordo com o chaveiro, Renato Santos, que é praticante dessa religião há mais de 20 anos, as testemunhas de Jeová são um órgão mundial, sem diferenças ou separação de país para país. “Cada país tem sua sede, mas a sede mundial fica nos Estados Unidos”, complementa.
O fundador da religião, Charles Taze Russell iniciou, a partir da década de 70 do século XIX, uma grupo de estudo não sectário da bíblia com alguns amigos, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Desde então, Russell começou a publicar uma revista chamada A Sentinela, para mostrar a verdade bíblica de acordo com o que ele considerava ser o certo em contraste com erros doutrinais que ele atribuía a outras denominações religiosas.
Sendo assim, as pessoas que recebiam a revista, que é considerada a revista religiosa mais vendida do mundo e a mais traduzida de qualquer gênero, começaram a reunir-se me grupos para o estudo da bíblia. Então, eles acabaram se tornando conhecidos por Estudantes da Bíblia ou, quando A Sentinela começou a ser traduzida em outras línguas, Estudantes Internacionais da Bíblia. Mais tarde, intitularam, em 26 de julho de 1931, o nome TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, por acreditarem que Estudantes da Bíblia era muito vago para servir como designação distintiva.
Visando uma maior divulgação da revista, Russell fundou a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião. Hoje, essa associação religiosa é conhecida como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia e foi o primeiro instrumento legal desse grupo religioso. Ainda hoje, a diretoria da Sociedade Torre de Vigia constitui o Corpo Governante, caracterizado por um grupo de homens responsáveis pelas atividades mundiais das Testemunhas de Jeová.
Características da religião
São caracterizados por uma religião cristã não-trinitária, ou seja, discordam da doutrina da Santíssima Trindade, isto é, da afirmação de que o Único Deus revela-se em três pessoas divinas distintas (pai, filho e espírito santo). Entretanto, são praticantes monoteístas e adoram exclusivamente a Jeová e são considerados seguidores de Jesus Cristo.
Desde os primórdios, eses religiosos são bem conhecidos pela sua regularidade e grande persistência na obra de evangelização de casa em casa e nas ruas. São Possuidores de um dos maiores parques gráficos do mundo, visando a impressão e distribuição de centenas de milhões de exemplares da Bíblia e de publicações baseadas nela. Como parte da sua adoração a Deus, assistem semanalmente a reuniões congregacionais e a grandes eventos anuais, onde o estudo da Bíblia constitui a principal temática.
São ainda conhecidos por recusarem muitas das doutrinas centrais das demais religiões cristãs, pelo apego a fortes valores que afirmam ser baseados na Bíblia. Questões como a neutralidade política, a moralidade sexual, a honestidade e a recusa em aceitar transfusões de sangue (Veja matéria correlata sobre o assunto logo abaixo).
Algumas pessoas chamam-os de propagandistas cristãos, de um novo culto cristão, de uma seita cristã influenciada pelo judaísmo ou de fanáticos que rejeitam tratamento médico. Todavia, a Associação Mundial das Testemunhas de Jeová refuta tais afirmações. Segundo as Testemunhas de Jeová, não importa quanto lhes custe isso, dizem seguir à risca os preceitos bíblicos. Afirmam que não inventaram uma nova religião, mas apenas seguem o que está escrito na Bíblia, e que não importa qual seja a situação, ela contém as orientações e os conselhos para suas vidas. Afirmam que suas crenças, ensinos e atividades são baseadas nela, e por isso incentivam a sua leitura diária. Para ajuda ao entendimento bíblico, suas publicações são produzidas e distribuídas em muitas campanhas missionárias ao redor do mundo.
Devido ao seu radicalismo quanto aos ensinamentos bíblicos, as testemunhas de Jeová acusam as outras religiões de falsas, particularmente as religiões da cristandade, ou seja, aquelas que professam ser cristãs. Algumas condutas como permissividade moral, envolvimento na política e nos conflitos mundiais, divulgação de ensinos que consideram pagãos e antibíblicos, ostentação material, conduta imprópria ou destaque pessoal de alguns líderes, são abolidas e mal vistas pelas Testemunhas. Elas crêem que essas doutrinas religiosas serão destruídas e que isso acontecerá às mãos dos governos políticos do mundo que as abolirão e sem se aperceberem, apenas estarão a executar o julgamento de Deus.
Embora sejam considerados intolerantes com as outras religiões por pensarem diferente delas, eles respeitam essas diferenças e não procuram impor suas crenças. Criticam as organizações religiosas nas suas doutrinas e práticas que consideram biblicamente erradas, mas nunca a fé individual e a sinceridade dos seus crentes. "Sentimos interesse bondoso e amoroso pelas pessoas de todas as religiões, mas quando as crenças e práticas religiosas delas são falsas e merecem a desaprovação de Deus, trazer isto à atenção delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas. Jesus mostrou claramente o erro das práticas religiosas dos escribas e fariseus de seus dias, dizendo que a religião deles era vã.", afirma a revista Despertai!
Quanto às perseguições e oposições das demais religiões para com as Testemunhas de Jeová, elas são consideradas como um dos grupos religiosos mais perseguidos por todas as vertentes do poder, seja religioso, seja político. Além de esta afirmação ser várias vezes mencionada em suas publicações, outras fontes também se referem a esta oposição. Sobre isto, o editor da United Church, que se assume como uma das mais antigas e respeitadas revistas religiosas do Canadá, escreveu: "Não é sempre que os representantes da religião organizada se erguem a favor das Testemunhas de Jeová. No entanto, são um grupo corajoso e, provavelmente, aguentaram mais perseguição por menos ofensas do que qualquer outro grupo religioso do mundo. [...] Nenhuma outra organização religiosa permaneceu tão firme e sofreu tanto em proporção ao seu tamanho."
Um conceito interessante e incomum com as demais religiões é que as testemunhas de Jeová não têm um representante fixo. Não formam distinção entre clero e leigos, tal como acontece com muitas denominações religiosas. Os seus responsáveis não possuem títulos honoríficos, não usam vestimenta ou símbolos distintivos, não se lhes impõe o celibato, não são assalariados e espera-se que sejam os primeiros a dar o exemplo de boa conduta e moral aos restantes membros da congregação. “Nós não temos pastores nem líderes, nosso líder é Jesus Cristo. Temos apenas um orientador pra coordenar as reuniões e não virar bagunça. Tem sempre um mais experiente pra dar conselhos, orientar”, pontua Renato dos Santos, testemunha de Jeová há mais de 20 anos.

Para saber mais entre no http://http//www.watchtower.org/t/index.html, que é o site oficial das Testemunhas de Jeová

Não percam: amanhã postarei mais detalhes que dão continuidade a essa reportagem! É interessante sabermos como se comportam pessoas que pensam tão diferente da gente. Tudo isso faz parte do nosso cotidiano, e como conhecimento nunca é demais, absorvam todo o conteúdo disponível!


Abraçoos! ;*


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Flanelinhas: pagá-los ou não? Eis a questão

O barulho é elemento fundamental do trânsito. Buzinas, freadas, música alta ou até mesmo gritaria. Talvez esse seja o cenário que compõe um ambiente público em que todos circulam, motorizado ou a pé. Tempo curto, vagas lotadas, estacionamentos caros... Mas, os brasileiros existem para tentar resolver tudo com o seu famoso “jeitinho”. Em quase todas as esquinas, principalmente de vias públicas, há sempre alguém acenando e dizendo: “Coloca aqui, ainda tem vaga!”. Os famosos flanelinhas estão por todos os lados. Prometem olhar o carro e asseguram que ali ele estará protegido. Alguns se oferecem para lavá-lo, mas, claro, com uma recompensa.

É o caso de Thiago Ribeiro, 26 anos, que ultimamente deu prioridade a olhar carros nas feiras de Goiânia. “Quando a feira está movimentada, dá pra tirar até R$ 60,00 no dia. Se por acaso tem um cliente que não quer pagar, há outros mil que querem. Fica a critério de cada um, eu não obrigo ninguém e olho o carro do mesmo jeito”, assegura.

Muitas pessoas não concordam com o trabalho deles, pois dizem ser desnecessário e, até mesmo, constrangedor. “Eles são inconvenientes, inoportunos. Ficamos quase que obrigados a pagá-los, porque eles chegam e já falam que vão olhar o carro, nem pedem mais. E se eu não pago posso ter meu veículo arranhado.”, afirma o estudante Alex Rodrigues.

Apesar de todas as acusações, os flanelinhas negam qualquer dano que possa ocorrer no veículo. Mas, o advogado Abdon Ferreira Neto já teve o carro danificado na porta de um banco. “Eles amassaram as duas placas, dianteira e traseira, viraram um `L´, literalmente”, comenta.

A maioria dos entrevistados não gostam desse tipo de serviço, e pensam que eles deveriam procurar outro tipo de trabalho. “Alem de incomodar quem quer estacionar o carro, eles sofrem muitos preconceitos e eu não acho isso uma coisa legal. Meu carro é segurado e isso é uma preocupação a menos para mim. Portanto, a presença deles no meu caso, torna-se inviável.”, justifica a fisioterapeuta Cecília Rosa.

Se por um lado são impertinentes, por outro, estão trabalhando. O desemprego seria ainda maior se eles não estivessem nas ruas, mesmo que usufruindo de bem público. A questão social engloba outros fatores ainda mais graves, como a violência, que, segundo o advogado Abdon Neto, se torna mais forte quando os números de desemprego aumentam.

A Polícia Militar vem realizando o cadastramento dessas pessoas, a fim de estabelecer o local certo em que cada pedinte atua, além de distingui-los de pessoas que não sejam de boa índole. Para aumentar a sensação de segurança da população, a PM, em parceria com a Rede de Apoio a Segurança (RAS), implantou o uso de coletes de identificação. Mas muito ainda preciso ser feito. É o que diz o flanelinha, conhecido como Zé do Cabelo, que é vigia há 6 anos. “Sou cadastrado pela polícia, eles falaram que nós usaríamos um colete de identificação e até hoje não me passaram nada.”, afirma.

Apesar de todos os contras da profissão, Alex Dias, 19 anos, a defende. “Eu poderia estar roubando, mas prefiro trabalhar honestamente. Não peço dinheiro, vai da consciência de cada um. Se vejo alguém tentando roubar o som, ou mexer no carro, vou direto falar com a pessoa ou então chamo a polícia. Muita gente já me agradeceu por isso e hoje é meu cliente.”

Em meio a tanta polêmica, eles sempre estão nos grandes centros, mesmo estando certos ou errados. Para proteger? É o que garantem. Se cumprem sua função? “Corremos risco para isso!”, garante Tiago dos Santos, que só vive disso há 3 anos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Se tiver uma cor, é cinza"

No último post, falei sobre a depressão e enumerei dados para justificar o título alarmante que coloquei. Agora, segue o desdobramento de casos em que essa doença torna-se vulnerável



Depressão feminina
Uma das características da doença é o seu caráter indistinto e democrático, ou seja, pode atingir qualquer indivíduo. Entretanto, como já foi colocado, as mulheres em suas diferentes fases da vida, podem estar mais propensas a despertarem a doença. Algumas dessas fases são: na TPM (Tensão Pré Menstrual), na gravidez, depressão pós-parto, na menopausa, em adolescentes e em mulheres vítimas de violência doméstica.
Cada fase tem um motivo fundamental para que cada mulher esteja mais vulnerável à doença. Entretanto, cada pessoa é única e pode ter reações diferentes em cada um dos casos citados.
A TPM é um prato cheio para as mulheres mudarem de humor. E é nessa fase que 70% delas podem ter, em algum momento, a chamada Síndrome Pré-menstrual. Sendo assim, 20% delas irão se deparar com a forma mais severa dessa manifestação, sendo necessário o acompanhamento médico, já que elas ficarão mais suscetíveis a desenvolver a depressão. No entanto, em 10% dessas mulheres acontecerá o transtorno Disfórico pré-menstrual. Nesse caso, os sintomas são bastante incapacitantes, havendo mudança de comportamento abrupta. Tornam-se freqüentes a agressividade, os casos de binge (ingestão alimentar excessiva), desânimo e a dificuldade em obter prazer nas atividades habituais, incluindo nas relações sexuais, com a diminuição da libido.
A gravidez também é fator relevante para o desenvolvimento da doença. Dados mostram que 36% das mulheres que têm depressão durante a gestação, desejaram a gravidez e na maioria dos casos, ela persiste depois do parto, gerando a depressão pós-parto, que atinge de 15% a 20% das mulheres e pode começar na primeira semana após o nascimento da criança e perdurar até dois anos.
As pesquisas indicam que grávidas de múltiplos têm 43% mais risco de sofrer de depressão pós-parto devido ao estresse causado pela responsabilidade de cuidar de vários bebês ao mesmo tempo. Isso pode influenciar na amamentação do recém nascido, que podem ter o aleitamento materno interrompido antes do período indicado.
Até mesmo o processo de fertilização in vitro é associado ao maior risco de depressão, uma vez que as altas doses de hormônio necessárias para a inseminação artificial podem alterar o humor das pacientes, além da expectativa com o tratamento gerar uma grande ansiedade.
A menopausa, que geralmente se inicia entre os 50 e 52 anos também aponta vulnerabilidade para a doença devido às mudanças nos níveis de estrogênio (hormônio feminino). Por esse motivo, as mulheres idosas têm mais chance de sofrer de depressão do que os homens.
Já as adolescentes do sexo feminino são mais facilmente atingidas por questões relacionadas à aceitação pessoal. A busca pelo corpo perfeito e as frustrações comuns as adolescentes levam a desenvolver a doença. Nesse público, a faixa etária mais atingida está entre 15 e 19 anos de idade e o suicídio é a segunda principal causa de morte entre adolescentes.
Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará comprovou que mulheres que sofreram violência doméstica têm mais chances de desenvolver quadros de depressão. Isso é explicado pela psicóloga Dr. Ilma Goulart, pelo fato de a depressão estar ligada à dificuldade que a pessoa está vivendo ou já viveu.
A estudante Maria Paula dos Santos, que foi curada da doença há dois meses, afirma: "Se ela tem uma cor, é cinza. Não sei explicar o que sentia. Tudo ao redor fica ruim. A vontade de desligar desse mundo é imensa".

Depressão no trabalho
A depressão também pode ser motivada por fatores ambientais externos. Assim, é comum a depressão no local de trabalho. Aquelas pessoas que são expostas a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a sua jornada de trabalho e no exercício de suas funções estão sofrendo de assédio moral. Normalmente essa situação se dá nas relações hierárquicas autoritárias, em que predominam condutas negativas.
A mestre em Psicologia da Saúde pela Universidade Católica de Goiás (UCG) e especialista em neuropsicologia, também pela UCG, Andréa Batista Magalhães diz que o assédio moral agride uma parte que temos muita resistência de falar, que é o lado emocional. Ela também complementa que a sua identificação se revela por atitudes ou gestos, desprezo, menosprezo, esquecimento, perseguição e desqualificação da vítima, gozação ou brincadeira. “Em geral, a vítima sente-se isolada e fragilizada, se culpa e por isso se defende mal. Esse problema deve ser tratado com seriedade porque pode levar a depressão devido à exaustão emocional, a perda do interesse e a questões fisiológicas que o trabalhador é submetido”, esclarece.
Entretanto, as mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação através do choro, tristeza, ressentimento e mágoa. Já os homens, sentem-se revoltados, com raiva, traídos e com desejo de vingar. Ela atribui essa diferença de comportamento, à própria natureza do gênero. “Além das questões hormonais, a própria estrutura de personalidade e a flexibilidade cultural que a mulher tem para o sofrimento é muito maior que a do homem”, argumenta a psicóloga Andréa Magalhães, que também é assistente técnico de psicologia da UCG, exercendo suas atividades no Departamento de Recursos Humanos.
Além das várias conseqüências que o assédio moral traz para a vida emocional e afetiva da pessoa, ele pode causar danos à saúde física e mental, levando a vítima a degradar a sua condição de trabalho e sua qualidade de vida.
De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela médica do trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo, Margarida Barreto, 80% das pessoas que sofrem assédio moral sentem dores generalizadas, 45% tem aumento da pressão arterial, 60% sofre com palpitações e tremores e 40% tem redução da libido (a qualquer tipo de prazer).
A psicóloga Andréa Magalhães orienta as pessoas que estão sendo vítimas desse tipo de assédio a anotar os dias e horários das agressões, tentar juntar provas documentais e testemunhas, conquistar aliados e procurar ajuda psicológica e também aconselhar-se juridicamente para que o problema seja sanado.
As profissões mais sujeitas ao efeito dessa depressão são aquelas relacionadas a serviços operacionais, em que o trabalhador não enxerga o resultado do seu trabalho, profissionais da área administrativa, que realizam atividades muito repetitivas e burocráticas e profissionais que estão em um ambiente de trabalho onde há constante ameaça de demissão, principalmente aqueles que trabalham com vendas, que tem que atingir metas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Depressão: A gripe da saúde mental

Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que 121 milhões de pessoas no mundo sofram da doença

Em uma sociedade moderna totalmente competitiva, onde a correria se torna presente no dia-dia das pessoas, é comum o estresse. Sentimentos de instabilidade e impotência somam-se, gerando um cenário cada vez mais comum: a pessoa alegre começa a ficar triste sem motivo aparente, e isso vai se tornando familiar a maior parte do tempo. O desinteresse pela vida e a perda de energia são inevitáveis, a concentração nas atividades cotidianas já não são a mesma. A insônia é praticamente diária. O apetite já não é suficiente para saborear o seu prato preferido. A sensação de inutilidade e culpa excessiva acaba virando frustração.


Esses são só alguns dos sintomas que uma pessoa normal, sem distinção, pode apresentar. A depressão não é somente um episódio de tristeza. Para a medicina, ela é uma doença grave, sistêmica e que afeta todo o organismo, podendo gerar até outras doenças sérias. Uma razão mais aceita para o seu desencadeamento é que ela é conseqüência de uma disfunção no sistema nervoso central que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina), substâncias que, em conjunto, regulam o humor e as funções cognitivas.


De acordo com dados estatísticos da Pesquisa nacional por amostra de domicílios (Pnad) realizado em 2003, no Brasil, 13 milhões de pessoas são deprimidas. As mulheres são afetadas duas vezes mais do que os homens. De acordo com essa pesquisa, 2/3 das pessoas que sofrem da doença não fazem o tratamento e a maioria desses pacientes irá tentar o suicídio pelo menos uma vez.


Com uma porção de dados alarmantes, fica nítido o espaço que a depressão vem ocupando. Também considerada uma doença clínica, chamada de doença da alma, a depressão tem caráter biológico e uma origem preponderantemente hereditária. De acordo com o psiquiatra Geraldo Francisco do Amaral, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), mestre em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UNB), se uma pessoa tem predisposição genética, quando receber uma notícia ruim ou sofrer alguma perda, vai desencadear a doença. “A depressão sempre vai ter um fator biológico. Se um indivíduo não estiver predisposto a ter, não vai ter. Ela sempre tem um motivo”, pontua.


O período de identificação da doença varia de acordo com o histórico do paciente. “Cada caso é um caso. Entretanto, é necessário o diagnóstico de mais ou menos cinco sintomas. Mas, dois deles são necessários para identificar e discernir a depressão da tristeza: a variação de humor, que é a análise do estado emocional interno da pessoa e a anedonia – que é a perda de interesse e prazer pelas coisas”, afirma Dr. Geraldo Francisco do Amaral. Segundo ele, caso a pessoa não apresente nenhum ou só um desses sintomas, ela não tem depressão. Eles são considerados primordiais para a identificação da doença.

Tratamento
Para os psiquiatras, o tratamento é feito basicamente com o uso de antidepressivos. Mas, de acordo com o psiquiatra Dr. Geraldo Francisco do Amaral, a associação dos remédios com a psicoterapia, feita por psicólogos é um fator coadjuvante no tratamento dos depressivos.

Os antidepressivos demoram de 3 a 4 semanas para começar a fazer efeito e em alguns casos, não há eficácia absoluta. O psiquiatra esclarece que há uma redução de memória imediata e uma das únicas contra-indicações para o uso desse tipo de medicamento é para aquelas pessoas que estão fazendo tratamento para o fêmur.

De acordo com a OMS, pouco mais de 25% das pessoas afetas pela doença no mundo recebem o tratamento adequado. No Brasil, esse índice só não é maior devido à falta de preparo de uma parcela de profissionais de saúde em reconhecer os sintomas da doença e encaminhar os pacientes para o tratamento adequado.


Prevalência
Dados estatísticos apontam que uma em cada 5 mulheres têm depressão. De acordo com a psicóloga Dr. Ilma A. Goulart de Souza Britto, professora do departamento de psicologia da UCG e mestre em Psicologia da Aprendizagem e Desenvolvimento pela UNB e doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), as mulheres são mais predispostas a ter depressão devido aos fatores hormonais. A interferência dos ciclos hormonais é importante, mas não é essencial, se não todas as mulheres seriam deprimidas. “Cada história é diferente. Cada pessoa é única. É importante uma análise funcional para o entendimento da depressão, pois ela é uma doença relacionada à vida. O que a pessoa está vivendo, o que ela já viveu”, analisa. De acordo com a psicóloga, a depressão não é uma “doença mental”, é o efeito da interação que uma pessoa tem com o seu mundo.

As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens. De acordo com dados da Pnad, de 2003, a depressão atinge 15% a 20% das mulheres e 5% a 10% dos homens. Para o psiquiatra Dr. Geraldo Francisco do Amaral, as tensões hormonais são relativamente influentes para essa prevalência de mulheres com depressão. Para a psicóloga Dr. Ilma Goulart, algumas mulheres são mais sensíveis as flutuações hormonais, mas é muito mais relevante para o surgimento da doença a existência de um histórico familiar ou pessoal de depressão.


Depressão e a vida moderna
O excesso de velocidade com que as pessoas levam a vida hoje em dia é fundamental para os problemas surgirem. A sociedade e a mídia estereotipam certos tipos de padrões que devem ser seguidos a risca para que se tenha boa aceitação em qualquer ambiente. Para a psicóloga Ilma Goulart, as pessoas se comportam de modo a evitar o indesejável e sempre conseguir o desejável. Ela acredita que os casos de depressão vêm aumentando devido as dificuldades da vida moderna, e que por mais que tudo pareça simples, há uma maior cobrança em tudo que fazemos.

“A vida está cada vez mais difícil. Os custos de vida cada vez mais altos e os salários não seguem o mesmo ritmo de aumento. A vida exige sempre um repertório de comportamento assertivo, o enfrentamento das adversidades”, conclui a psicóloga Dr. Ilma Goulart.

Para a Presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás e Tocantins, a psicóloga Heloiza Helena Massanaro, os modelos rígidos de padrões impostos pela sociedade acabam gerando muito sofrimento. “Sofrimento não só por aquilo que as pessoas sofrerem – o luto, o desemprego, uma perda amorosa -, mas sofrimento pela culpa de estar triste em um mundo moldado para a alegria”, observa.